Eric Hafner, condenado em 2022 a 20 anos de prisão federal por ameaçar juízes e policiais em Nova Jersey, surpreendeu o cenário político nesta segunda-feira (1) ao ser autorizado a disputar uma vaga na Câmara dos Representantes pelo Alasca, nos Estados Unidos.

Hafner, atualmente preso na penitenciária de Otisville, Nova York, concorreu às primárias do estado, mas terminou em sexto lugar, com apenas 0,43% dos votos. No entanto, com a desistência da republicana Nancy Dahlstrom em agosto e a saída do também republicano Matthew Salisbury no início desta semana, Hafner garantiu um lugar na cédula da eleição geral de novembro.

Ele agora enfrenta três adversários de peso: a deputada democrata Mary Peltola, o republicano Nick Begich e o líder do Partido da Independência do Alasca, John Wayne Howe. Peltola é considerada a favorita, tendo recebido a maioria dos votos nas primárias de 20 de agosto, seguida por Begich e Dahlstrom, antes de sua retirada.

A candidatura de Hafner levanta questões legais e éticas, já que ele não possui laços aparentes com o Alasca e cumpre pena até 2036. A Constituição dos EUA permite que condenados concorram a cargos públicos, desde que atendam aos requisitos de nacionalidade, idade e residência, mas a lei estadual do Alasca exige que o representante eleito resida no estado – um critério que Hafner provavelmente não conseguirá cumprir.

Apesar de estar preso, Hafner já tentou se eleger em diversos estados, incluindo Havaí, Oregon, Novo México, Nevada e Vermont, sem sucesso. A corrida eleitoral no Alasca promete ser uma das mais incomuns da história recente dos Estados Unidos.