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PSOL aposta em pastor para se aproximar de conservadores

O PSOL é um dos partidos mais a esquerda no Brasil e combatido por lideranças políticas evangélicas como o deputado Marco Feliciano e o pastor Silas Malafaia que com frequência criticam as ações da partida. A linha de ação do PSOL, de fato, afronta em muitos casos a doutrina cristã.

O partido, no entanto, está buscando se aproximar de alguns segmentos considerados conservadores, entre eles o meio evangélico.

O vereador de Niterói (RJ) Henrique Vieira, 30, tem dupla credencial para entrar no debate. É pastor da Igreja Batista do Caminho e quadro de um dos principais partidos no espectro progressista do país, o PSOL – que estuda lançá-lo à Assembleia Legislativa do Rio.

Pastor Vieira pode disputar uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, uma possível candidatura sua robusteceria planos da sigla em se aproximar de eleitorados tidos como inclinados a cair no colo da direita. Além de Vieira, o PSOL articula, para o Legislativo, nomes exportados de forças policiais, como o delegado da Polícia Civil Orlando Zacoone, 53.

O pastor Vieira, foi aluno do então professor Marcelo Freixo, atual deputado estadual e uma das principais estrelas do partido.

“Não acho que evangélicos ou policiais têm que ser tratados como reacionários, porque esse rótulo não diz respeito à cabeça da maioria deles. Muitas vezes a esquerda constrói essas bolhas, que são muito aconchegantes, porque você fica falando entre os iguais. A gente está num momento em que tem que buscar o comum, mais do que o idêntico”, disse Freixo à Folha.

Ataques

Ser o “crente de esquerda” rende bordoadas dos dois lados, segundo Vieira. “Se você for nas minhas redes sociais, vai ver que a minha igreja é chamada de Igreja Batista do Descaminho ou do Caminho do Inferno, gente falando que era melhor eu morrer, que não sou pastor de verdade, que sou lobo, falso, imoral, herege”, diz.

Progressistas também são reticentes. Vieira conta que, certa vez, saiu ovacionado de uma palestra na Faculdade de Direito da UFRJ. Mas por pouco não falou para uma sala vazia. “Estudantes me procuraram constrangidos: viram na chamada que eu era pastor e tiveram vontade de não ir.”

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