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Atuação de evangélicos é considerada “fundamental” por políticos de MS

Eles correspondem a, pelo menos, 26,5% da população de Mato Grosso do Sul, de diversas denominações e meios de professar sua fé, percentual acima da média nacional de 22% da população. E estão cada vez mais presentes em diferentes setores da sociedade, incluindo, nitidamente, a gestão pública. Organizados, os evangélicos não só trabalham para defender pautas que consideram prioritárias, como entram no radar de administradores e da classe política, seja para tê-los como participantes efetivos do processo ou como importantes bases eleitorais e de trabalho.

A última contagem do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre as religiões no Brasil é a do Censo de 2010, quando, entre os 2,2 milhões de habitantes do Estado à época, 645 mil se declararam evangélicos –atrás dos 1,45 milhão de católicos, ainda maioria. Tratam-se de 26,5% dos moradores de Mato Grosso do Sul, contingente que, hoje, muitos acreditam já ser maior.

“O segmento evangélico está crescendo, tem força e é fundamental para os gestores públicos atualmente”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que na manhã desegunda-feira (11) participou em Campo Grande do Fenasp (Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política), que reuniu pastores de diferentes denominações na sede da Igreja Evangélica Sara Nossa Terra, no bairro Chácara Cachoeira.

Reinaldo reconheceu que o papel dos evangélicos cresceu na política, “como no Congresso”, mas principalmente nas gestões públicas, por meio de ações complementares.

“Os evangélicos são importantes para a sociedade porque ajudam os governos e o poder público com atividades sem fins lucrativos, tendo preocupação com os mais pobres e fazendo um trabalho social que é importante para os gestores, porque constituem mais um parceiro nesses projetos”, afirmou o governador.

Lideranças políticas de MS e representantes de igrejas evangélicas se reuniram nesta manhã no Fenasp. (Fotos: Paulo Francis)

Convicções

Mais presentes nas esferas do poder, os evangélicos acabam por fazer valer suas vozes em relação a temas que vão contra suas crenças. Não por acaso, o projeto que reconhece o casamento homoafetivo enfrenta dificuldades para avançar no Congresso, graças, entre outros fatores, à pressão da bancada cristã (envolvendo também parlamentares ligados à Igreja Católica).

Só a Frente Parlamentar Evangélica, principal associação de deputados ligados a igrejas evangélicas, contabilizava 90 deputados federais em 2015, após a última eleição, em um universo de 513 parlamentares.

“É importante que aumente o número de representantes evangélicos na política, até para que possam se posicionar em assuntos polêmicos que envolvem a família, ideologia de gênero, aborto e outras questões”, pontuou o deputado estadual Professor Rinaldo (PSDB). Evangélico, ele salienta ser “importante ter representantes evangélicos, cristãos, no Congresso e parlamentos estaduais”.

Também deputado estadual e admitindo grande representatividade evangélica em sua base eleitoral, Herculano Borges (SD) tem raciocínio semelhante. “No Congresso os evangélicos estão bem representados, mas faltam mais representantes nos Legislativos estaduais, municipais e no Senado”.

Herculano salienta que, para ele, “é importante o evangélico estar mais presente na política para defender suas convicções”, listando entre os temas que merecem atenção a liberação da maconha, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a volta dos jogos de azar. “Tem eleição no ano que vem, e os evangélicos devem estar ligados para eleger mais representantes”, destacou.

Convivência – A posição firme –e comumente contestada por outros segmentos sociais– em relação a causas que contrapõem sua fé é um dos fatores que também acaba por merecer defesa dos evangélicos. Professor Rinaldo afirma que a convivência entre religião e política não é recente, citando os primórdios do próprio cristianismo.

“É importante as pessoas entenderem que religião e política devem conviver juntas, não deve ser separado. Antes de Cristo, os governantes e os religiosos já usavam a política para ajudar a tocar seus projetos”, afirma. “Não entendo quem critica a relação da religião, já que sempre houve participação da igreja na política”.

Prefeito de Campo Grande e também membro de uma igreja evangélica, Marquinhos Trad (PSD) avalia que, em temas mais polêmicos em discussão no Congresso, “os evangélicos fazem a parte deles, e cabe aos deputados definirem”. Porém, reforça que a participação não se resume a apenas um segmento social.

“Ao Executivo é importante ter os evangélicos como parceiros, assim como todos os outros segmentos que tenham homens e mulheres de bem, que queiram ajudar independentemente de pertencerem a igrejas ou não. Há muita gente boa no segmento evangélico, assim como no católico ou em outras instituições. Todos os que querem ajudar são bem-vindos”, disse Marquinhos.

A opinião é a mesma do governador Reinaldo Azambuja. “Vivemos em uma sociedade com pluralidade, e vivemos com todos os segmentos de forma harmônica”.

Também participaram do Fenasp, nesta manhã, ao lado de líderes evangélicos do Estado, a vice-governadora Rose Modesto (PSDB), a vice-prefeita Adriane Lopes (PEN), senador Pedro Chaves (PSC) e o deputado estadual Lídio Lopes (PEN).

 As informações são da CG/News

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